terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O deserto mais seco do mundo

A Mão do Deserto

Consegue se imaginar passando um ou dois meses sem chuva? Razoavelmente fácil não? E cinco anos sem chuva? Ou melhor, que tal décadas sem chuva? Assustado? Pois assim é a região do Atacama no norte do território chileno e parte da Argentina.



San Pedro de Atacama

Se os desertos que encontramos em grandes trechos da viagem contavam com uma vegetação escassa, a partir de agora ver uma simples plantinha no amarelado chão do deserto é uma raridade. O clima extremamente seco é um atentado aos pulmões do viajante. Sem contar com a temperatura, calor intenso durante o dia e frio congelante durante a noite.

Mais uma das inúmeras salinas

Pelo caminho o viajante encontrará características específicas da região, como as belíssimas salinas e formações rochosas exuberantes. Não perca tempo pagando para visitar alguns pontos específicos como certas salinas ou mesmo o Vale da Lua, apenas seguindo o caminho é possível encontrar a paisagem do mesmo tipo ou em alguns pontos muito mais gratificante.

Flamingos

Ilhamas!!

A fauna é outro elemento muito importante na região. Em alguns pontos como nas salinas encontrará inúmeros flamingos que facilmente (ou não) posarão para as fotos. Sem dúvida o chamariz de atenção são as literalmente “fofas” Ilhamas, com seu pelo felpudo e suas cores múltiplas.

Um pouco de neve em pleno verão



Não é neve é sal mesmo!

A viagem está chegando ao fim. Aproximadamente 30 dias na estrada e o Brasil volta a se aproximar. Uma rápida passagem pelo norte argentino e logo retornaremos as terras tupiniquins.

Cleber Facchi


sábado, 23 de janeiro de 2010

Deserto, névoa e o Oceano Pacífico



Dizendo adeus à incrível região dos vulcões, ao sul do Chile, seguimos para a parte norte do país. A paisagem verde e suas inúmeras plantações aos poucos foram substituídas dando retorno ao velho deserto. Preparem os bolsos, pois o que há de mais caro por aqui são os pedágios que se espalham aos montes pela rodovia.

Valparaíso

Viña Del Mar

Uma rápida passagem pela capital Santiago e seguimos para a região litorânea, costeada pelo oceano Pacífico (que de pacífico não tem quase nada). Durante grande parte do percurso fomos encobertos por uma densa névoa que só foi se dissipar na parte da tarde.



Pelo caminho é possível avistar inúmeras criações de cabras que ao invés de serem cercadas por madeira e arames são rodeadas por cercas de cactos. Por toda rodovia é possível se deparar com inúmeros vendedores de doces e salgados que ficam agitando uma espécie de chicote para chamar a atenção dos viajantes.

La Serena

Ao fim do dia chegamos a cidade de La Serena, com uma praia belíssima e lotada de turistas. Um dos fatos mais curiosos são as vias de salvação em caso de Tsunami. São várias avenidas largas desenvolvidas para dar suporte aos habitantes da cidade em caso de ondas gigantes lavarem o município.

Oh meu Deus! Um Tsunami!

Por hoje ficaremos por aqui, amanhã seguiremos para a nova etapa da viagem: o Deserto do Atacama.

Cleber Facchi

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Os caçadores de vulcões

Vulcão Osorno


Após a decepção passada em Bariloche seguimos para o Chile, rumo à região dos vulcões. Encontramos a migração mais acirrada, onde toda nossa bagagem foi revistada para evitar que algum produto restrito contaminasse as produções agrícolas que encontraríamos na região.

A fiscalização acirrada

E dalhe comprar frutas

Pelo caminho belíssimas plantações de framboesa, morangos e cerejas (aproveite e pare nas inúmeras barraquinhas que vendem frutas, vai se deliciar). O clima que antes era seco e contava com fortes rajadas de vento foi rapidamente substituído por um ambiente mais ameno e livre do frio.

A confortável cabana

Sim, ele AINDA existe!

Após algumas horas na estrada já avistamos os vulcões e o principal deles, Osorno. Por vários quilômetros é possível visualizar o imponente monte com seu topo coberto de gelo. As nuvens, porém, nos impediram de uma visualização gratificante. Resolvemos passar a noite em uma cabaña esperando que o clima abrisse, mas infelizmente não foi o que aconteceu. Pelo menos tivemos uma noite de descanso em uma construção típica e bem aconchegante (com direito a banho quente em uma banheira).

Vulcão Vilarrica




Mas o clima teria de melhorar. Fomos novamente atrás de outro vulcão, dessa vez o de Vilarrica um pouco mais ao norte. Para nossa sorte quando chegamos ao vulcão o céu finalmente se abriu. Ficamos deslumbrados com a beleza do lugar, além do fácil acesso ele estava parcialmente coberto de neve.

Lorimar, o Homem das neves

Opa!



Tiramos o dia para nos divertir no alto dos seus mais de 2500 metros de altitude. Bonecos de neve, guerras e o melhor de tudo, escorregar por entre suas decidas o que deu um novo ânimo aos viajantes. Pela noite pousamos em mais uma cabaña (com direito até a piscina). Que vida dura! Seguiremos para a capital chilena, Santiago e para toda a região litorânea do país.


Cleber Facchi

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Onde há luxo...


Bariloche, simples assim

Arrumando as malas e desarmando o acampamento saímos da cidade de El Bolsón rumo a tão comentada Bariloche. O caminho costeado por imensas montanhas esverdeadas foi durante a parte da manhã o único foco de beleza avistado, já que a “tão comentada Bariloche” foi na verdade uma grande decepção.

Só pra dizer que passamos na igreja

Marinês em um dos poucos pontos interessantes da cidade

Já na entrada fomos saudados por montes de lixo e alguns bairros nem tão agradáveis assim. Pelo caminho esperamos que a cidade em si se revelasse, mas sua arquitetura irregular, ruas mal projetadas e estrutura caótica só aumentaram nosso desânimo. Foram poucos os locais que realmente chamaram a atenção. Talvez a cidade seja mais bem vista no inverno, ou talvez Bariloche não passe de um refúgio para ricos excêntricos gastarem seu dinheiro nas inúmeras lojas que dominam a cidade.



O que seria nossa estadia por no mínimo dois dias acabou se alterando. Saímos da cidade e rumamos para Villa La Angustura, um pequeno vilarejo repleto de construções típicas trabalhadas em madeira. Mesmo pequena, a cidade fornece aos visitantes um agradável passeio por suas ruas aconchegantes. Mas preparem-se, os preços não são tão agradáveis assim.

Uma das poucas vistas atrativas de Bariloche

Por hoje acamparemos em um camping (o mais caro encontrado até agora) e pela manhã voltaremos ao Chile, onde partiremos para cidade de Osorno e toda a região dominada por vulcões. Será a nossa quarta etapa da viagem e se tudo der certo veremos desde enormes crateras até lava vulcânica.

Cleber Facchi

domingo, 17 de janeiro de 2010

Sobrevivendo ao deserto

On The Road

Despedimo-nos da desértica El Calafate com seu amontoado de turistas e seguimos pelo silêncio desértico da Rota 40. Nosso destino agora é a cidade de San Carlos de Bariloche, mas para isso é necessário atravessar os mais de 500 quilômetros de estrada de rípio e asfalto em péssimas condições.

Mais de 500 Km de tédio

Poucos foram os carros que encontramos durante o percurso. É recomendável aos que forem se aventurar pela rota, que estejam munidos de muito combustível, água e alimentos, já que as poucas cidades encontradas durante o trajeto não dispõem de tais recursos ou os vende a preços abusivos.

...

Após a travessia do cansativo deserto começamos a avistar novamente alguns picos com suas pontas cobertas de gelo. Aos poucos a paisagem foi se alterando, substituindo o repetitivo tom amarelo e marrom por tons de verde.

Hotel? Onde?

Por hoje ficaremos na cidade de El Bolsón que conta com um dos melhores campings que encontramos até agora a um preço super acessível. Pela manhã seguiremos viagem, rumo aos montes congelados de Bariloche.

Cleber Facchi

sábado, 16 de janeiro de 2010

Adeus Ushuaia. Olá El Calafate!

Vista da cidade de Ushuaia

Saímos de Ushuaia acompanhados por um belíssimo dia de Sol, assim pudemos desfrutar de uma incrível vista dos montes congelados o que foi difícil nos primeiros dias que chegamos, já que a cidades estava tomada por espessas nuvens de chuva.

E a Kombi se despede de Ushuaia

Uma pausa para o almoço (às quatro da tarde)

Depois de uma viagem de mais de quatro horas e duas paradas para imigração dentro da Tierra Del Fuego saímos da ilha e adentramos definitivamente o território chileno. Os quilômetros iniciais da viagem contam com estradas de excelente qualidade o que nos proporcionou rápido deslocamento pelas vias. A paisagem, porém, é tomada de várias construções abandonadas (algumas cidades inteiras), o que lembrava muito as cidades fantasmas tão presentes nos filmes hollywoodianos.

O belíssimo caminho que nos acompanha na viagem

Pela noite adentramos a belíssima cidade de Puerto Natales com construções de forte característica européia e que conta com um formidável lago de águas provenientes das montanhas andinas. Assim como Ushuaia a cidade é rodeada por montanhas que mesmo no verão insistem em manter seus cumes cobertos de neve.

Lorimar, Marinês e as gélidas terras do sul

A bahia de Porto Natales

No dia seguinte rumamos para o Parque Nacional de Torres Del Paines, porém, a chuva fez com que ficássemos a noite toda no parque para que tivéssemos uma boa visibilidade do local. A noite desconfortante (é praticamente impossível esticar as pernas dentro da Kombi) nos presenteou no dia seguinte. Os gigantescos paredões de granito de Torres Del Paine são mais uma daquelas paisagens características da região que valem qualquer esforço aos visitantes. Conforme vamos seguindo a estrada fomos presenteados por novos ângulos dos gigantes de granito.

Kombinando Aventura



A Poderosa e as Torres Del Paines

Seguindo viagem através das cansativas estradas de rípio chegamos novamente ao deserto argentino, dessa vez na cidade de El Calafate. Atravessamos o município e rumamos para o Glaciar Perito Moreno onde ficamos deslumbrados com as fantásticas geleiras eternas. Por toda a extensão gigantescos paredões de gelo pontiagudos. Os tons de azul se misturam ao branco formando um espetáculo visual. Os momentos mais emocionantes durante a visita ao glacial se davam quando os blocos despencavam na água criando um enorme estrondo.

Perito Moreno (que por sinal é branco...)

Os aventureiros em visita ao Glaciar Perito Moreno

Praticamente uma geladeira gigante

Pela noite ficaremos em El Calafate num dos melhores campings que encontramos até agora (tem até banho quente e INTERNET!!!). Pela manhã seguiremos viagem, rumo à terceira parte da aventura: Bariloche.

Cleber Facchi

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Fin Del Mundo

As montanhas de Ushuaia


Após dias de repetitivas paisagens desérticas que se estendem por grande parte da costa Argentina, finalmente a expedição pode se aventurar por terras esverdeadas e cumprir a primeira etapa da aventura: chegar a Ushuaia ou o fim do mundo.

O fim do mundo

Mais de 5.000 Km rodados


Parque Nacional Tierra Del Fuego

A cidade portuária é um colírio aos olhos dos visitantes, porém, a beleza não está nas habitações e construções locais, mas na cadeia de montanhas que cercam a pequena cidade. A base coberta de floresta verde aos poucos é substituída por brancas camadas de gelo e neve. Por toda a cidade existem inúmeros parques e museus abertos para a visitação do turista (prepare seus bolsos, pois alguns lugares são uma facada).

Os diques fitos pelos castores




O primeiro parque escolhido foi o Parque Nacional Tierra Del Fuego com uma ampla quantidade de lagos e corredeiras formadas a partir do degelo das montanhas. A paisagem conta também com belíssimas florestas de arvores nativas da região, além a presença constante de lebres e castores (apesar de que não vimos nenhum...).

Parque nacional Tierra Del Fuego



A segunda opção visitada é também a mais recomendada para aqueles que querem conhecer neve e sentir um pouco do ar frio das montanhas. A Geleira Martil conta com um teleférico que leva o visitante alguns metros acima onde pode desfrutar de grandes porções de neve e blocos de gelo por toda a parte (vale lembrar que estamos em pleno verão no Hemisfério Sul). É recomendado que se use roupas impermeáveis e calçados adequados (ou saia da montanha todo encharcado, roxo e com as extremidades do corpo praticamente congeladas direto para um hospital).

Subindo o teleférico

E finalmente a neve

Quem quiser aproveitar para fazer compras vai se divertir por aqui. Por ser zona franca diversos produtos saem por preços absurdamente baratos. Outra dica para quem está visitando a região é se estabelecer nas Cabañas. Além de serem mais baratas que os hotéis, as pequenas habitações contam com mobília completa e até limpeza diária do ambiente.


Hehehehe
Daniel e a bola de neve

A primeira parte da viagem termina aqui. A próxima etapa fica em El Calafate onde veremos mais paredões de gelo e mais paisagens específicas a região.

Cleber Facchi