segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Chuva, retas e cem quilômetros se arrastando



Quatro e um da manhã, é a hora da partida. Malas carregadas (ocupando mais espaço do que o planejado), Kombi pronta, caras de sono, bafo e algumas adaptações. Já nos primeiros quilômetros de viagem, a revisão de alguns itens e a escolha da trilha sonora.
A princípio a Kombi parecia não dar conta do recado, até que por volta do CENTÉSIMO quilômetro (sim, 100 quilômetros) perceberam que a mesma andou todo o percurso com o freio de mão puxado (sério). Livre das amarras, a pequena e poderosa Kombi pode seguir sua viagem, agora dando o máximo de sua potência.



Pela manhã, Santa Catarina já havia ficado para trás, adentrando as terras gaúchas. Um almoço rápido na cidade de Cruz Alta, com sua arquitetura arcaica e algumas construções que beiram o completo abandono.




De todos os acontecimentos, sem dúvida o mais importante foi o carinho de todos os aventureiros em relação ao GPS que acompanha o grupo. O equipamento, carinhosamente apelidado de “Adelaide” foi durante boa parte do trajeto o grande chamariz de atenção. As estradas começam a demonstrar sinais do que encontraremos pela frente: centenas de quilômetros em linha reta somado a uma paisagem que pouco se altera.



Durante a parte da tarde uma chuva interminável tomou conta da viagem. Por todos os lados os pampas gaúchos eram tomados pela água, lembrando claramente o que seria uma visão do Pantanal mato-grossense.



Quem pretende realizar o mesmo percurso é bom estar preparado e com o tanque de combustível cheio. De Santa Maria até Santana do Livramento, nenhum posto de combustível foi avistado, isso em um trajeto de mais de 250 quilômetros.
Como parada final na jornada diária, uma noite em Santana do Livramento e um rápido passeio pela cidade de Rivera já no lado uruguaio. Ambas as cidades podem ser atravessadas a pé e contam com uma zona franca, perfeito para os consumidores mais desesperados.



Hoje, após longos 905 km, uma pausa, e amanhã continuaremos nossa viagem rumo os frios paredões de gelo da Patagônia.

Cleber Facchi